venerdì, aprile 25, 2008

Un Proverbio al Giorno Leva la Noia di Torno


2007.03.04
Il mio intervento di animazione in casa di riposo si basa fondamentalmente sulla ricerca della dimensione ludica che possono avere tutte le attività quotidiane, anche quelle più banali. Il semplice fatto di riconoscere qualcuno attraverso una fotografia e magari ricordare il nome della persona, o provare a indovinare di chi è quel viso da bambina o spiegare come si prepara un dolce preferito; tutto questo suscita enorme piacere sia nelle persone che cominciano a vedere compromesse le loro facoltà cognitive ben come nei familiari e negli operatori che prendono cura degli anziani. In questo contesto, uno dei giochi più graditi è quello di completare i proverbi iniziati. A volte mi soffermo per domandare il significato di quelle frasi così autorevoli. Le risposte sono spesso molto divertenti, fantasiose. Ogni tanto cerco nella mia memoria dei proverbi brasiliani che corrispondono a quelli italiani e così facendo inizio un viaggio nel mio universo infantile. Sento la voce di mia sorella, mia madre, mio padre, mia nonna, mio nonno e sento il profumo del caffè di casa mia e del tè della casa di nonna Rosa e così anche la luce, l'atmosfera, il calore e i colori di quei ricordi si materializzano e mi riscaldano. Ecco alcuni proverbi italiani che piacciono ai miei vecchietti e alcuni proverbi brasiliani che sono per me particolarmente evocativi , anche se non sono sempre d'accordo col messaggio che veicolano:

Chi troppo abbraccia nulla stringe.
Chi si loda, si sbroda.
Chi si accontenta, gode.
Campa cavallo che l’erba cresce.
Uomo avvisato, è mezzo salvato.
Chi disprezza, compra.
Chi dorme non piglia pesci.
Chi tardi arriva male alloggia.
Fidarsi è bene, non fidarsi è meglio.
Tanto va la gatta al lardo che ci lascia lo zampino.
Occhio non vede cuore non duole.
Il lupo perde il pelo, ma non il vizio.
Tra moglie e marito non mettere il dito.
Il mondo è bello perché è vario.
Tutto il mondo è paese.
Paese che vai, usanze che trovi.
L’amore non è bello se non è litigarello.
Non si può avere la botte piena e la moglie ubriaca.
Chi fa da sé, fa per tre.
Il buon giorno si vede dal mattino.
Moglie e buoi dei paesi tuoi
Mal comune, mezzo gaudio.
La lingua batte dove il dente duole.
Fatta la legge, trovato l’inganno.
Gallina vecchia fa buon brodo.
L’Epifania tutte le feste porta via.
Tra il dire e il fare c’è di mezzo il mare.
Dio li fa e poi li accoppia.
Patti chiari, amicizia lunga.
Chiodo scaccia chiodo.

Provérbios Brasileiros


A calunia é como carvão, quando não queima, suja a mão. (Bras-net, SC)
A esperanca é a ultima que morre, mas morre. (Bras-net, SP)
A fome é o melhor tempero. (PE)
A força da corrente está no elo mais fraco. (RJ)
A grama do vizinho é sempre mais verde. (Bras-net, ES)
A justiça divina tarda, mas não falha. (RJ)
A língua bate onde o dente dói. (RN)
A maneira mais rápida de se tocar uma boiada é devagar. (Bras-net, MS)
A mentira tem pernas curtas. (Bras-net, SP)
A paciência tem limites. (PI)
A pressa é a inimiga da perfeição. (RJ)
A sorte ajuda os ajudazes. (SP)
A união faz a força. (Bras-net, SP)
A vida tem altos e baixos. (RJ)
A vingança é doce, mas os frutos são amargos. (AC)
A voz do povo é a voz de Deus. (RJ)
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. (RJ)
Águas passadas não movem moinho. (RJ)
Ajoelhou, tem que rezar. (Bras-net, SP)
Alegria de pobre dura pouco. (Bras-net, SP)
Amanhã é outro dia. (RJ)
Amigo certo é o das horas incertas. (RJ)
Amigos, amigos, negócios à parte. (RJ)
Amor de pica é amor que fica. (Bras-net, SP)
Amor com amor se paga. (Bras-net, BA)
Antes só do que mal acompanhado. (Bras-net, RJ)
Antes tarde do que nunca. (Bras-net, SP)
Antes um pássaro na mão, que dois voando. (MG)
Aonde a vaca vai, o boi vai atrás. (Bras-net, SP)
Apressado come cru e atrasado não come. (Bras-net, SP)
Aqui se faz, aqui se paga. (Bras-net, SP)
As aparências enganam. (RJ)
As melhores essências estão nos menores frascos. (RJ)
Atos falam mais que palavras. (RJ)
Baiano burro nasce morto. (Bras-net, BA)
Bicho ruim não morre. (PI)
Brincadeira tem hora. (Bras-net, SP)
Cachorro mordido por cobra tem medo de lingüiça. (Bras-net, MG)
Cão que ladra não morde. (Bras-net, SP)
Cada cabeça uma sentença. (RJ)
Cada louco com a sua mania. (RJ)
Cada macaco no seu galho. (RJ)
Cada um por si, Deus por todos. (SP)
Cada um puxa a brasa pra sua sardinha. (RJ)
Cajueiro doce é que leva pedrada. (RN)
Casa de ferreiro, espeto de pau. (RJ)
Cesteiro que faz um cesto, faz um cento. (GO)
Conhece-se o marinheiro, no meio da tempestade. (SE)
Dança-se, conforme a música. (RJ)
De grão em grão a galinha enche o papo. (Bras-net, SP)
De boa inteção o inferno está cheio. (RJ)
De médico e de louco todos nós temos um pouco. (RJ)
De pensar morreu um burro. (RJ)
Depois da tempestade vem a bonança. (RJ)
Desgraça pouca é bobagem. (RJ)
Deus ajuda quem cedo madruga. (MS)
Deus dá o frio conforme o cobertor. (RJ)
Deus escreve o certo, por linhas tortas. (RJ)
Deus não dá asas à cobra. (RJ)
Devagar com o andor, que a santa é de barro! (RJ)
Devagar se vai ao longe. (RJ)
Diga-me com quem andas que eu te direi tu quem és. (Bras-net, SC)
Dois bicudos não se beijam. (RJ)
Dor de barriga não dá uma vez só. (Bras-net, SP)
Dos males, o menor. (RJ)
É melhor prevenir, que remediar. (RJ)
É melhor um jumento que me carregue, que um cavalo que me derrube. (Bras-net, SP)
Em boca fechada não entra mosca.
Em briga de marido e mulher não se mete a colher. (RJ)
Em casa de enforcado, não se fala em corda. (RJ)
Em cavalo dado, não se olham os dentes. (RJ)
Em mulher, não se bate nem com uma flor. (RJ)
Em Roma, como os romanos. (Bras-net, SP)
Em terra de cegos, que tem olho é rei. (Bras-net, SP)
Em time que está vencendo, não se mexe. (Bras-net, SP)
Errando se aprende. (RJ)
Errar é humano, persistir no erro é burrice. (RJ)
Faça o bem sem olhar a quem. (RJ)
Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. (RJ)
Ficar com a pulga atrás da orelha. (Bras-net, SP)
Filho de peixe peixinho é. (Bras-net, SP)
Galinha velha da bom caldo, mas franga nova faz galo velho cantar. (Bras-net, SP)
Gato escaldado tem medo de água fria. (Bras-net, SP)
Gosto não se discute. (RJ)
Há mal que vem pra bem. (MS)
Há sempre um chinelo velho para um pé cansado. (Bras-net, SP)
Isso é conversa para boi dormir. (Bras-net, MS)
Jogar verde pra colher maduro. (Bras-net, SP)
Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. (Bras-net, SP)
Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada, oh Zé, ou tem marimbondo no pé. (Bras-net, SP)
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. (Bras-net, SP)
Macaco que muito pula leva chumbo. (Bras-net, SP)
Mais agitado que siri na lata. (Bras-net, SP)
Mais apertado do que sardinha em lata. (Bras-net, SP)
Mais feio que briga de foice na escuridão. (Bras-net, RJ)
Mais perdido do que cachorro em dia de mudança. (Bras-net, SP)
Mais perdido do que cego em tiroteio. (Bras-net, RJ)
Mais por fora que umbigo de vedete. (Bras-net, SP)
Mais vale estrada velha que vereda nova. (AL)
Mais vale ler um homem que cem livros. (RJ)
Mais vale um amigo na praça, do que dinheiro em banco. (RJ)
Mais vale um gosto do que um vintém no bolso. (RJ)
Mais vale um mau acordo do que uma boa questão. (Bras-net, SP)
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. (RJ)
Matar dois coelhos, com uma só cajadada só. (Bras-net, SP)
Melhor perder um minuto na vida do que a vida em um minuto. (Bras-net, SP)
Melhor prevenir que remediar. (Bras-net, SP)
Mentira tem pernas curtas. (RJ)
Merda quanto mais se mexe mais fede. (Bras-net, RJ)
Mineiro trabalha em silêncio. (MG)
Mulher e fotografia só se revelam no escuro. (Bras-net, SP)
Na boca de quem não presta, quem é bom não tem valia. (PE)
Nada como um dia após o outro. (RJ)
Não adianta chorar o leite derramado. (Bras-net, SP)
Não adianta tampar o sol com a peneira. (RJ)
Não ata nem desata. (MS)
Não cante vitória antes do tempo. (RJ)
Não deixe pra amanhã o que se pode fazer hoje. (RJ)
Não embarque em canoa furada. (Bras-net, SP)
Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. (RJ)
Não há carne sem osso, nem farinha sem caroço. (CE)
Não há manjar que não enfastie, nem vício que não enfade. (PI)
Não se cospe no prato em que se come. (RJ)
Não cutucar a onça com a vara curta. (Bras-net, RJ)
Não se dá murro em ponta de faca. (RJ)
Não se pode chupar cana e assobiar ao mesmo tempo. (PE)
Não se troca o certo pelo duvidoso. (RJ)
Necessidade aguça o engenho. (PE)
Nem fode, nem sai de cima. (Bras-net, SP)
Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. (RJ)
Nem tudo que reluz é ouro. (RJ)
Ninguém é insubstituível. (RJ)
Ninguém nasce sabendo. (RJ)
Nunca diga desta água não beberei. (RJ)
O que passou, passou. (RJ)
O barato sai caro. (RJ)
O bom filho à casa torna. (RJ)
O corno é sempre o último a saber. (Bras-net, SP)
O feitiço sempre vira contra o feiticeiro. (RJ)
O fim justifica os meios. (SP)
O futuro a Deus pertence. (RJ)
O hábito é uma segunda natureza. (SP)
O homem põe, Deus dispõe. (RJ)
O lobo perde o pêlo, mas não perde o vício. (BA)
O melhor da festa é esperar por ela. (RJ)
O olho do dono é que engorda o porco. (MG)
O pão do pobre cai sempre com a manteiga pra baixo.
O pior cego é aquele que não quer ver. (Bras-net, SP)
O pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada. (MG)
O que é bom, dura pouco. (RJ)
O que é do hômi, o bicho não cômi. (GO)
O que é que tem o cu a ver com as calças? (Bras-net, RJ)
O que não mata, engorda. (RJ)
O que os olhos não vêem o coração não sente. (Bras-net, SP)
O que seria do roxo se todos gostassem do amarelo? (RJ)
O que vem de baixo não atinge! (Bras-net, SP)
O Sol nasce pra todos. (SC)
Os cães ladram e a caravana passa. (Bras-net, SP)
Os incomodados que se mudem. (RJ)
Paciência tem limites. (RJ)
Palavra de rei não volta atrás. (RJ)
Pão, pão, queijo, queijo. (RJ)
Para bom entendedor, meia palavra basta. (Bras-net, SP)
Pau que nasce torto morre torto. (Bras-net, BA)
Pedra que rola não cria limo. (RJ)
Periquito come o milho, papagaio leva a fama. (Bras-net, SP)
Peru é que morre na véspera. (RJ)
Pimenta no cu dos outros é refresco. (Bras-net, SP)
Pior a emenda que o soneto. (RJ)
Pisar em ovos. (Bras-net, SP)
Pisar na bola. (Bras-net, RJ)
Pode vir quente que eu estou fervendo. (Bras-net, SP)
Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. (Bras-net, SP)
Pra Deus, nada é impossível. (RJ)
Presente de grego. (Bras-net, SP)
Promessa é dívida. (RJ)
Quando a esmola é muita, até o santo desconfia. (RJ)
Quem ama o feio, bonito lhe parece. (RJ)
Quem avisa, amigo é. (RJ)
Quem cala, consente. (RJ)
Quem canta, seus males espanta. (RJ)
Quem casa quer casa. (RJ)
Quem cochicha, o rabo espicha. (RJ)
Quem com ferro fere, com ferro será ferido. (RJ)
Quem conta um conto, aumenta um ponto. (RJ)
Quem cospe pra cima, na cara lhe cai. (PE)
Quem dá aos pobres, empresta a Deus. (RJ)
Quem desdenha, quer comprar. (RJ)
Quem disso cuida, disso usa. (Bras-net, SP)
Quem diz o que quer, ouve o que não quer. (RJ)
Quem é vivo, sempre aparece. (RJ)
Quem escuta, o rabo encurta. (MG)
Quem foi rei, nunca perde a majestade. (RJ)
Quem muito quer saber, mexerico quer fazer. (RJ)
Quem muito se abaixa, o cu aparece. (Bras-net, SP)
Quem não arrisca, não petisca. (RJ)
Quem não chora, não mama. (RJ)
Quem não deve, não teme. (RJ)
Quem não se comunica, se trumbica. (RJ)
Quem não tem cão, caça com gato. (RJ)
Quem não tem colírio, usa óculos escuros. (Bras-net, SP)
Quem nasce para tostão não chega a milhão. (MS)
Quem os meus filhos beija, a minha boca adoça. (RJ)
Quem paga adiantado, é sempre mal servido. (GO)
Quem planta vento, colhe tempestade. (RJ)
Quem procura, acha. (RJ)
Quem quiser emendar o mundo, comece por si. (RJ)
Quem ri por último ri melhor. (Bras-net, SP)
Quem se avexa, come cru. (BA)
Quem tem boca, vai a Roma. (RJ)
Quem trabalha de graça é relógio. (Bras-net, SP)
Quem tudo quer, tudo perde. (RJ)
Quem vê cara, não vê coração. (RJ)
Quem viver, verá. (MS)
Querer é poder. (RJ)
Rei morto, rei posto. (RJ)
Ri melhor, quem ri por último. (RJ)
Roma não foi feita num dia. (RJ)
Roupa suja se lava em casa. (RJ)
Ruim com ele, pior sem ele. (RJ)
Saco vazio não para em pé. (Bras-net, SP)
Santo de casa não faz milagres. (RJ)
Sapo de fora não chia. (MS)
Sapo não pula por boniteza, mas por precisão. (CE)
Se conhece o marinheiro, no meio da tempestade. (SE)
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. (Bras-net, RJ)
Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé. (Bras-net, SP)
Se morrer é descanso, quero morrer cansado. (Bras-net, RJ)
Se quer conhecer o vilão, meta-lhe a vara na mão. (MG)
Seguro morreu de velho. (RJ)
Seja dono da sua boca, para não ser escravo de suas palavras! (Bras-net, SP)
Só se dá valor ao que se tem, depois que se perde. (RJ)
Sorrir é o melhor remédio. (Bras-net, SP)
Tal pai, tal filho. (RJ)
Tamanho não é documento. (RJ)
Tempo é dinheiro. (Bras-net, SP)
Um dia é da caça, outro do caçador. (RJ)
Um é pouco, dois é bom, três é demais. (RJ)
Um erro não justifica o outro. (RJ)
Um homem prevenido vale por dois. (RJ)
Uma andorinha só não faz verão. (RJ)
Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto. (Bras-net, SP)
Uma vela a Deus, outra ao diabo. (Bras-net, BA)
Vai com Deus. (Bras-net, RJ)
Várias cabeças pensam melhor do que uma. (Bras-net, SP)
Vaso ruim não quebra. (RJ)
Veja de perto pra contar o certo. (RJ)
Vivendo e aprendendo. (PE)
Vou te mostrar com quantos paus se faz uma canoa! (RJ)

sabato, aprile 19, 2008

Larry Coryell a Loreto


2007.03.02
Una sera Gabriele mi ha telefonato per dire che Larry Coryell era a Loreto per un concerto al Palacongressi , a 200 metri da casa mia. "Vieni?" È stato uno dei più bei concerti che io abbia mai visto dal vivo. A due passi da casa, e io non avrei mai saputo niente se Gabriele non me lo avesse avvertito.





lunedì, aprile 14, 2008

Sambentistas do Samba


2007.02.28
Aqui na Itália torci pelo Roma porque era o time de Falcão, depois passei pro Inter de Ronaldo e agora tenho simpatia pelo Milan de Kaká. Sou brasileiro. Fui corintiano roxo. No Rio Grande do Norte torcia pro América. Adorava o Senna e Ulysses Guimarães. Fui imperador e escravo do Babilônia e sou Cidadão Natalense. Em São Paulo me perdi, em Cambridge eu me busquei, em Berlim ich war ein Berliner, em Veneza podia até morrer. Mas se existe uma camisa que visto e que é como a minha pele, algo que me define e me liberta, que me inspira e do qual me orgulho; se ainda sou alguma coisa que sempre fui e sempre serei, então devo dizer que sou São-Bentista, ou como prefiro grafar, Sambentista, porque o São Bento dá Samba. E agora não sambo mais sozinho, tem o surdo do Rato e o violão do Bosco, o tamborim do lorde Gil e o agogô do Tony. Segura a cuíca, Zé Kalos! E abram alas pro Adolpho, o Ambrósio, o Tião, o Weber, o Wellington, o Gilberto e a mulata do Arthur passarem.

mercoledì, aprile 09, 2008

Lord Gil e outros nobres sambentistas


2007.02.27
Estava virando obsessão. Queria, porque queria saber notícias dos meus velhos amigos. Passei horas, dias a fio, procurando por eles em internet. Digitava o nome deles e ia de página em página até encontrar algum indício. Pisava todo tipo de picada internáutica atrás de uma foto, uma nota, uma menção. Quando encontrava fazia festa. Mas entre o virtual e o real tem no meio um matagal que é difícil atravessar. E foi assim, com aquele espírito bandeirante, que me embrenhei na mata fechada pelos anos e pela distância a procura das pedras preciosas do meu novo mundo passado: meus amigos do Colégio de São Bento. Penetrando a mata escura fui encontrando meu pai português medieval ambicioso alucinado e simples que descobria um mundo virgem amavelmente selvagem e feroz e minha mãe índia assustada e apaixonada e meu pai-irmão tupi or not tupi que lutava, matava, fugia, morria mas que não desaparecia e meu pai irmão mãe e amante negra revoltada e resignada que procurava outros seres assim esculpidos na saudade enlouquecida por um futuro passado que cético, sem dúvidas tinha certeza de encontrar. E reencontrando-os me encontrei! É surpreendente e emocionante sentir a vitalidade renovada e multiplicada com que cresce a árvore abatida quando acontece de brotar. E brotou, brotamos. Sinto florir em mim, em nós, uma amizade mais forte e junto com ela uma vida mais forte e urgente. Depois que os temores, as profecias, as dúvidas e as certezas se realizaram e se desmentiram umas às outras e que se transformaram em fato e mito, agora tudo está pronto para se transformar novamente. A vida se cumpriu, então que se cumpra até o fim, ainda que se na sua transcriação de um destino que era diverso. Então eu preciso agradecer Internet e à secretária anônima do departamento de serviço ao cliente Sadia que respondeu ao meu pedido surreal de ajuda para encontrar meu amigo desaparecido Ottoni Fontana. Pra não falar da minha desconhecida amiga portuguesa Amélia Pais que me trouxe Gilfredo Pinheiro, abraçado a Ungaretti, no seu Barco das Flores de blog poesia. Agradeço também à Tânia Marques, Lilian Santos e ao Nieri. Mas o milagre milagroso aconteceu foi quando quem eu não procurava me procurou e me achou, justamente através deste meu blog véio: José Carlos Santana ou ZéK, como o rebatizou Bosco Brasil. A chama da amizade daquele grupo de moços do clássico AD se reacendeu com uma impetuosidade adolescentemente madura e ao redor desta fogueira de São ZéK, brincamos infantis Lord Gil, TTony, Boscozinho e a Paraibana do Glicério. E que a vida se cumpra feliz, ainda que não comprida.

Poema de Ungaretti com a transcriação de Gilfredo Pinheiro

Sono uma creatura

Come questa pietra
del S. Michele
così fredda
così dura
così prosciugata
così refrattaria
così totalmente
disanimata

Come questa pietra
è il mio pianto
che non si vede

La morte
si sconta
vivendo

Sou uma criatura

Como esta estátua
de São Miguel
tão fria
tão dura
tão seca
tão árdua
tão totalmente
inanimada

Como esta estátua
fica o meu pranto
que não se vê.

A morte
se cumpre
vivendo.

domenica, aprile 06, 2008

Dor de Dente e Dor de Alma


2007.02.26
Hoje Marina teve uma dorzinha de barriga. Isso me fez pensar nas dores que temos que enfrentar nesta vida. Por muitos anos tive como fiel companheira uma queimação no estômago que ninguém conseguia eliminar, até que um dia dois cientistas lá longe na Austrália, Robin Warren e Barry Marshall, descobriram a marvada heicobacter pylori. Assim, quando já tinha-me acostumado com a idéia de ter que conviver com aquela incômoda hóspede, fiz o novo tratamento e nunca mais tive notícias daquela famigerada gastrite. Outras dores mais agudas como dor de dente, dor de ouvido ou aquela dor que alguns adolescentes acabam contraindo por andar com más companhias, todas elas vieram e passaram com ajuda da santa medicina. Mas as dores mais doídas, aquelas que fazem a gente enlouquecer, são as dores da alma. Um amor traído ou não correspondido, uma injustiça sofrida, uma calúnia, um sentimento de culpa, a perda repentina de um familiar ou ainda pior que isso tudo é testemunhar impotente o sofrimento de uma pessoa querida. Pra estes males não há remédio senão o passar do Tempo, ou a força interior que vem de algum lugar misterioso. O único tratamento que, na minha experiência, pôde aliviar um pouquinho estas dores da alma foi uma overdose de amor ministrada pelas pessoas queridas. Então começaram chover imagens de pessoas que amo e que alguma vez remediaram a minha dor: Adolpho, Guto, Nenê, Baixinho, Gi, Marina, Gilfredo, Bosco, Fernando, Marco - 52, Tony, Chico, Paola, João de Deus, Dauro, Gianluca, Erik, Hilde, Maitè, Fred, Moisés, ZéK, Ambrósio, Fábio, Rita, Alípio e aí a chuva virou temporal e o açude começou sangrar de alegria e foi festa grande no sertão do meu coração vagabundo.

venerdì, aprile 04, 2008

Chaque Homme dans sa Nuit


2007.02.25
Quando finisce una bellissima e sofferta partita di calcio o quando la macchina vincente oltrepassa la linea del traguardo in una corsa di formula 1, non vi prende un sentimento ambiguo di soddisfazione e di tristezza? Soddisfazione per il risultato, per la bellezza di una performance sportiva, ma allo stesso tempo una freschissima nostalgia di qualcosa che è appena entrata nella dimensione delle cose passate? Succede proprio così a me, alla fine di una esperienza emozionante come quella del seminario di Paolo Puppa al Master in Comunicazione e Linguaggi non Verbali dell'Università Ca' Foscari di Venezia. La fine di qualcosa bella e intensa concentra in sé tutto il percorso che si è appena concluso. Nel caso del seminario di Puppa il percorso è stato molto lungo. Era cominciato il 25 novembre 2006 e si era concluso il 25 febbraio 2007. Certamente non sarà possibile capire e apprezzare tutto quello che sta dietro la performance sincronica, che mette insieme tutte le performance individuali, dalla parte di un osservatore che non abbia partecipato al seminario. Vi garantisco però che per noi, fortunatissimi allievi di Paolo Puppa, non sarà facile dimenticare. Ecco la performance:

Questa è la versione sincronica delle performance individuali degli allievi di Paolo Puppa al Master di Comunicazione e Linguaggi non Verbali dell'Università Ca' Foscari di Venezia. L'effetto "china" del filmato contribuisce a creare il clima onirico surreale della proposta di Paolo Puppa.

mercoledì, aprile 02, 2008

Hamlet Restaurant


2007.02.24
La performance Hamlet Restaurant trae spunto dal testo teatrale Sì, Famose di Paolo Puppa e da Hamlet Machine , di Heiner Müller. In Sì, Famose, Paolo Puppa immagina un enorme salone dove arrivano le vittime del crollo delle Torri Gemelle. Loro sono ricevute da figure che provengono dalla storia, dalle leggende e dal mondo dell'arte di epoche diverse e che hanno il compito di consolare quelle persone appena decedute che si trovano ancora in uno stato confusionale. Hamlet Machine invece è una pièce post moderna che mostra un Amleto che si confronta con i problemi della fine di un mondo, la fine di un'epoca, la fine della modernità. Inserisco nel blog di oggi tre video. Nel primo c'è la mia proposta originale di performance. Nel secondo si vede Paolo Puppa che commenta e che suggerisce dei cambiamenti. Nel terzo c'è la performance con la regia di Paolo Puppa.Vorrei precisare che non si tratta di un lavoro teatrale ma soltanto della documentazione di come la performance possa essere utilizzata come strumento creativo e espressivo a servizio di un virtuale intervento all'interno di una pratica che può essere, formativa, terapeutica, pedagogica o artistica.
Hamlet Restaurant - preliminare

La regia di Paolo Puppa


Hamlet Restaurant - regia di Paolo Puppa