2007.02.26
Hoje Marina teve uma dorzinha de barriga. Isso me fez pensar nas dores que temos que enfrentar nesta vida. Por muitos anos tive como fiel companheira uma queimação no estômago que ninguém conseguia eliminar, até que um dia dois cientistas lá longe na Austrália, Robin Warren e Barry Marshall, descobriram a marvada heicobacter pylori. Assim, quando já tinha-me acostumado com a idéia de ter que conviver com aquela incômoda hóspede, fiz o novo tratamento e nunca mais tive notícias daquela famigerada gastrite. Outras dores mais agudas como dor de dente, dor de ouvido ou aquela dor que alguns adolescentes acabam contraindo por andar com más companhias, todas elas vieram e passaram com ajuda da santa medicina. Mas as dores mais doídas, aquelas que fazem a gente enlouquecer, são as dores da alma. Um amor traído ou não correspondido, uma injustiça sofrida, uma calúnia, um sentimento de culpa, a perda repentina de um familiar ou ainda pior que isso tudo é testemunhar impotente o sofrimento de uma pessoa querida. Pra estes males não há remédio senão o passar do Tempo, ou a força interior que vem de algum lugar misterioso. O único tratamento que, na minha experiência, pôde aliviar um pouquinho estas dores da alma foi uma overdose de amor ministrada pelas pessoas queridas. Então começaram chover imagens de pessoas que amo e que alguma vez remediaram a minha dor: Adolpho, Guto, Nenê, Baixinho, Gi, Marina, Gilfredo, Bosco, Fernando, Marco - 52, Tony, Chico, Paola, João de Deus, Dauro, Gianluca, Erik, Hilde, Maitè, Fred, Moisés, ZéK, Ambrósio, Fábio, Rita, Alípio e aí a chuva virou temporal e o açude começou sangrar de alegria e foi festa grande no sertão do meu coração vagabundo.
domenica, aprile 06, 2008
Dor de Dente e Dor de Alma
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5 commenti:
Ayres, meu amado irmãozinho!
Você realmente é uma pessoa muito especial! Sabe tirar um suspiro profundo de amor e aquecer meu coração.
Te amo!
Nenê
!
Fortes emoções pra uma segunda-feira, meu véio... Na falta do que dizer, um grande abraço!!
Sabe, eu acho que o colapso da ciência está no humano, nas dores ilógicas que ganham um caráter metafísico, como os conceitos socráticos. O "nosso" homem dialético não sabe da dores d'alma. Das dores da perda irremediável do outro, da ciência(cons) do memento mori de cada um. É, irmãozinho d'alma, sem o tesão escapando pelo ladrão, sem a vontade de fazer, nossas castrações afloram e a dor física é piada diante da injeção química das dores substantivas abstratas, saudade perdida na distância do não ser.
Isto me lembra "construir catedrais imensas" e "como um iconoclausta distruir as imagens do proprio sonho", coisa que nós, cabras desta terrinha do mar bravio, do farol ao longe, das muitas bolas, do nosso morro, carecas que somos, não convém jogar a toalha, que ora não é, e é apenas mais um round desta metáfora que se chama vida.
Quando quizer vir aqui tem um lugar, longe do mar sim, mas de um pulo se chega lá, e com certeza o sal daui é melhor que o de lá.
Abração
Belíssimos textos, enfim um prazer imenso ter um homônimo tão brilhante.... Ayres F Santos, Boston-MA
hey ayrexxxxxxxxxx.....i just read your article about your sauna memoirs....im very flattered that you remembered me let alone that you got my name right.....would love to know more about what you are up to and have loads to tell you about me.........not to mention the fact that my first son Jan-Henrik is Olivier Junods child....hope you are happy and healthy.baccione...kirsti
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